Para chegar ao número, equipe do
CORREIO fez um passeio da Barra à Praia do Flamengo: são quase seis buracos por
cada quilômetro. Na saída, dois importantes conselhos ao motorista Ronaldo
Santos, o Magayver: “Melhor encher o tanque e calibrar os pneus. Principalmente
calibrar os pneus”. Tirando pela quantidade de gel que usa nos cabelos, sabia
que cumpriria à risca. Tirando pelo apelido, tinha certeza que toparia qualquer
missão. “Qual a matéria, padrinho?”, perguntou ele, usando o vocativo com
o qual chama os colegas. No primeiro momento, deixei em suspense: “Será uma
viagem longa. E cheia de altos e baixos”. Depois, entreguei o jogo. “Vamos
contar todos os buracos da orla”. E, de fato, fizemos. Em dois dias seguidos
(quinta e sexta-feira), durante quatro horas, contamos um a um os buracos das
ruas e avenidas da chamada orla atlântica de Salvador. Não imaginei que seriam
tantos. Afinal, não estamos mais no período de chuvas. O Verão se aproxima. A orla
é um cartão de visitas. Mas, em vários trechos, percebe-se que o descaso com a
orla não envolve somente as barracas de praia. Entre o Porto da Barra e a Praia
do Flamengo, encontramos exatos 172 buracos. A média, segundo cálculos do
cartesiano Juan Torres, meu editor, é de 5,73 buracos por cada um dos 30
quilômetros de asfalto. Foi preciso utilizar um método de classificação.
Dividimos os buracos em três tipos, de acordo com suas consequências: pequeno
tremor, solavanco e risco aos pneus. No caminho, também encontramos diversas
áreas de asfalto irregular e asfalto desgastado. Mas, chega de números. Vamos à
aventura. Entre a Barra e o Rio Vermelho, muitos pequenos tremores, alguns
solavancos e uma área de asfalto irregular em frente ao Ondina Apart Hotel. Aliás,
não. Ia esquecendo da boca de lobo bem no meio da pista, na entrada da Rua
Marquês de Caravelas, na Barra. A grade de ferro afundou na pista. Se vacilar,
é uma porrada e tanto. Na descida do Morro do Cristo, bem em frente ao
restaurante Barravento a pista
virou um tobogã. Seguimos sentindo solavancos em Amaralina e percebemos
remendos e desgaste nas vias litorâneas da Pituba. Aí vem o alívio. O trecho
entre o Jardim Armação e a Boca do Rio é o que está melhor. Tem apenas uma área
de asfalto irregular, um pequeno tremor e um solavanco.