Representações contra "Sexo
e As Negas" continuam chegando à Secretaria Especial da Promoção da
Igualdade Racial
A série "Sexo e As
Negas", de Miguel Falabella,
só deve estrear na terça-feira (16), mas já acumula onze denúncias de racismo
na ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial (Seppir). Estereótipos
racistas. - Instituída pelo Estatuto da Igualdade Racial, a ouvidoria
recebe, registra, encaminha e acompanha denúncias de discriminação e racismo,
entre outras competências. Assim, ao receber as denúncias o órgão autuou a Rede
Globo de Comunicação, em Procedimento Administrativo, nessa quarta-feira
(10), solicitando informações e dando ciência do encaminhamento das acusações
ao Ministério Público no Rio de Janeiro para que o órgão adote os procedimentos
cabíveis (a exemplo de instauração de procedimento investigativo) caso entenda
a ocorrência de alguma irregularidade ou crime.
Em nota, o titular do órgão, Carlos Alberto de
Souza e Silva Júnior, informou que “vê com estranheza e preocupação qualquer
tipo de manifestação que reproduza estereótipos racistas, machistas, que se
alicerce na sexualidade das mulheres negras, ou venha a reforçar ideias de inferioridade
dessas mulheres, seja nas artes, no cinema ou nas telenovelas e seriados”. Para
ele, os veículos de comunicação tem papel importante numa sociedade democrática
e devem atuar no sentido de garantir os direitos das pessoas independente de
sua cor/ raça, crença religiosa ou orientação sexual. “As produções televisivas
deveriam refletir a diversidade da população brasileira em todos os seus
segmentos, contribuindo para a consolidação de uma sociedade justa, plural e
igualitária”, declara.
Leis na TV. - Carlos Alberto Júnior lembra ainda que como concessões públicas as
emissoras de televisão estão submetidas às leis brasileiras e a regulamentação
específica imposta a esses veículos, na qual estão explícitas a proibição e o
repúdio ao racismo e à discriminação.