Responsável
pelo patrulhamento ostensivo das ruas do Rio, a Polícia Militar foi a
corporação que mais radicalizou na greve, entre as forças de Segurança
Pública que decidiram na noite desta quinta-feira pela paralisação no
Estado. Os PMs optaram ficar em greve aquartelados em seus batalhões,
sem sair para nenhuma ocorrência. “Agora, é com o Exército e a Força
Nacional!”, disse o policial Wellington Machado, que anunciou a decisão
da comissão de greve. “O que acontecer nas ruas não é mais problema da
PM”, afirmou um oficial que preferiu não se identificar.
Policiais e Bombeiros protestam no centro do Rio
“A
orientação é para a população não sair de casa”, afirmou o soldado
Thiago Reis, integrante do comando do movimento. Tropa de reserva
técnica do comando da PM, Bope e Batalhão de Choque também teriam
aderido à greve, de acordo com os manifestantes, e só sairiam em caso de
resgate de reféns ou policiais feridos. De acordo com os manifestantes,
a primeira condição para o início das negociações com o governo é a
libertação do cabo Benevenuto Daciolo. Nesta madrugada, a orientação era
que os policiais já seguissem para suas unidades, onde permanecerão por
tempo indeterminado. “Se puderem levar as esposas, levem. A família
deve ficar próximo do policial neste momento. Policiais inativos também
estarão aquartelados”, afirmou Wellington. A Polícia Civil e o Corpo de
Bombeiros também optaram pelo aquartelamento, porém destinarão 30% do
efetivo a atender ocorrências graves. No caso da Polícia Civil, serão
registrados casos que envolvam risco de morte e violência; a Delegacia
de Homicídios será a única unidade que funcionará normalmente; os
bombeiros também vão operar em incêndios graves e acidentes com vítimas,
ou afogamentos, por exemplo. “Estamos pedindo calma aos policiais. Em
nenhuma hipótese serão tolerados atos de vandalismo”, disse o diretor
jurídico do Sindicato dos Policiais Civis, Francisco Chao.