FALTA DE CHUVAS PREJUDICA PEQUENOS PRODUTORES DE IRECÊ, NA BAHIA

São mais de dois milhões de baianos sofrendo com a seca.
Barragem de Mirorós está com apenas 8% do seu volume de água.


Considerada a pior seca dos últimos trinta anos na Bahia, a falta de água está trazendo prejuízos para os pequenos agricultores e para os produtores de banana irrigada na região de Irecê. A barragem de Mirorós está com apenas 8% do seu volume de água. São mais de dois milhões de baianos sofrendo com a seca.
 Nos pastos pouca comida. O 
gado está morrendo de fome. O jeito é carregar a palha do milho que o sol não deixou colher. É assim que João, de 94 anos tenta salvar os bezerros.
“Se o gado enfraquecer, que começar a cair”, diz. Na região de Irecê, a que mais produz feijão no nordeste, as perdas na lavoura passam 80%. Há escassez de água até no subsolo. Poços artesianos secaram. Os que ainda funcionam já dão sinais de que estão se esgotando.
Para muitas comunidades do sertão da Bahia, o caminhão pipa é a única fonte e quem recebe a água que ele traz tem a obrigação de dividir. O trabalhador rural João Souza diz que 40 famílias e cerca de 120 pessoas se abastecem em sua casa.
Barragem de Mirorós
Uma 
reserva que acumula 170 milhões de metros cúbicos de água. O lago se espalhava pelos 15km. Já encolheu tanto que agora não passa de 3km. Desde que foi inaugurada há 28 anos, essa barragem nunca esteve desse jeito. Atualmente o reservatório possui apenas 8% do volume normal. Se descer mais três metros o abastecimento da região entra em 
Colapso.
“Nós temos que ter essa prioridade para o abastecimento humano sob pena de termos a interrupção total do abastecimento de água para todos os usos em no máximo seis meses”, explica o gerente da Embasa, Raimundo Neto.
São 14 cidades atendidas pela barragem. Na maioria dos povoados da área, água só dois dias da semana. Um canal que abastece a produção irrigada logo vai secar. O fornecimento para os 220 lotes do projeto já foi cortado.
Produtores de Banana Irrigada
Os produtores colhem cachos da bananeiras que foram plantadas em 2011. Os plantios mais novos não vão produzir. “A gente estava acostumado a plantar e a colher. Agora sem água nós não temos como colher. O prejuízo é de 100%”, diz o produtor Cláudio Pinheiro.