A Delta
Construções obteve no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit) 52 contratos sem licitação desde 2004, cujos valores alcançam R$327,95
milhões. Os negócios fechados sem concorrência, a título de executar
principalmente obras emergenciais, cresceram à medida que a empreiteira ganhou
influência política e importância na autarquia. Os dados foram levantados
a partir de informações do site de transparência do Dnit. Os valores saíram de
um patamar de R$2 milhões em 2004 para R$78,9 milhões em 2010 e R$ 3,7 milhões
em 2011. Na maioria dos casos, a empreiteira foi acionada em casos de quedas de
barreira, rompimento e estrago de estruturas, principalmente em época de
chuvas. Informações do Estadão.
Segundo o
site, o maior contrato obtido, de R$33 milhões, visou à recuperação de trecho
da BR-495, entre Teresópolis e Itaipava (RJ), região castigada pela tragédia
dos temporais em 2011. Por 25,5 milhões, a empreiteira também foi contratada,
em 2010, para recuperar 16 trechos de rodovias fluminenses.
Segundo
fontes do Dnit, a Delta é uma das mais requisitadas para serviços sem licitação.
O órgão argumenta, contudo, que isso se justifica pelo perfil de serviço
prestado pela empresa. Como concentra atividades na manutenção, a Delta estaria
mobilizada em várias regiões do País e teria melhores condições logísticas de
oferecer menor preço nas pesquisas que antecedem as contratações emergenciais.
Dos 265 termos em andamento ou concluídos, 246 são para a manutenção de pistas.
Como o
Estado mostrou ontem, a empreiteira vai enfrentar processo com vistas à
declaração de inidoneidade, aberto pela Controladoria-Geral da União (CGU), que
apontou irregularidades em ao menos 60 contratos fiscalizados a partir de 2007.
Um dos principais motivos é a Operação Mão Dupla, da Polícia Federal, que
revelou o envolvimento da empresa com fraudes em obras no Dnit no Ceará.
País
afora, a Delta enfrenta inúmeras investigações. No Sergipe, a Procuradoria da
República abriu inquérito para apurar sobrepreço de R$ 5 milhões em contratos
de consórcio integrado pela empresa para obras na BR-101, além de
irregularidades nas medições que antecedem os pagamentos. Os problemas foram
apurados em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), ainda não julgado,
ao qual o Estadão teve acesso.
Aditivos
- Suspeita de montar uma rede de
influência tanto em governos estaduais como na União, a Delta Construções
obteve aditivos que alteraram o valor de suas obras em quase 60% dos contratos
firmados com o Dnit, um dos órgãos que concentram os investimentos do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC). De um total de 265 empreendimentos
tocados pela empreiteira a serviço da autarquia responsável pelas rodovias
federais, 154 sofreram mudanças no valor originalmente previsto, custando mais
caro na maioria dos casos e aumentando o valor das obras em cerca de R$400
milhões.
Compilados
pela reportagem com base em balanço do Dnit sobre os contratos com a Delta, os
dados se referem às obras de manutenção, adequação, duplicação e implantação de
estradas, concluídas ou ainda em andamento. Da relação, constam intervenções
iniciadas de 1996 a 2012. Maior construtora do PAC, com suas atividades
concentradas principalmente no setor rodoviário, a empresa conseguiu contratos
de R$4,3 bilhões de lá para cá, dos quais R$3 bilhões já foram pagos pela
União. fonte site de ACM Neto