Nélio
José Nicolai briga nos tribunais há 14 anos para conseguir o dinheiro a que
teria direito.
Se hoje você pode atender a
alguma ligação já sabendo quem está do outro lado, deve se lembrar de que há
algumas décadas isso não era uma possibilidade. Pelo menos até que o aparelho
Bina chegasse ao mercado brasileiro, prometendo acabar com as dúvidas na hora
em que alguém precisava atender o telefone (e também fazendo com que algumas
pessoas não atendessem, justamente por saberem quem estava chamando, não é
mesmo?). O aparelho foi batizado no início dos anos 1980, quando o inventor
Nélio José Nicolai registrou as patentes do dispositivo. O problema
é que, desde as primeiras unidades do Bina, Nicolai sofreu alguns golpes de
sócios e parceiros. Isso inclui a quebra de contrato de uma empresa brasileira
que passou a importar tecnologia estrangeira para os mesmos fins – um fato que
não resultou em pagamento de multa e nem em royalties pelas patentes
utilizadas. Entre as diversas ações que Nicolai moveu, uma das mais
controversas é contra a Ericsson, que utilizou a mesma tecnologia que ele e
pediu a anulação da patente do brasileiro. A empresa conseguiu até mesmo que o
Instituto Nacional de Propriedade Industrial revogasse a patente do Bina em
alguns momentos, o que causa ainda mais confusão para quem está envolvido no
caso e revolta para os defensores do brasileiro.
O que acontece se ele vencer?
No Brasil, as patentes têm
validade de apenas 20 anos, e a de Nicolai vence este ano. Mesmo assim, os
pagamentos devem ser retroativos e, independente de quando o resultado sair, se
for favorável ao brasileiro, ele vai ficar rico. Calcula-se que os valores
possam chegar aos 185 bilhões de reais, pois são 20 anos de uso indevido da
tecnologia por diversos produtos e empresas. Como relata a Revista Galileu (autora da matéria completa), Nicolai precisa muito do dinheiro,
pois já foi obrigado a vender três apartamentos para pagar os honorários de
seus advogados – vale lembrar que ele está na justiça há 14 anos – e sustentar
sua família. Ainda não há previsão da decisão final da justiça. Fonte: Revista Galileu