Réveillon de 1988. Baía de
Guanabara. O que seria uma celebração grandiosa, diante de um dos cenários de
ano-novo mais conhecidos do mundo, tornou-se uma das maiores tragédias
nacionais. Os desdobramentos jurídicos do caso são ilustrativos de como o
excesso de recursos e trâmites processuais pode impactar o desfecho de
disputas judiciais. Conheça como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem
enfrentado as questões decorrentes desse acidente. O naufrágio do Bateau
Mouche teve 150 vítimas. A embarcação de luxo onde era promovida festa para
assistir à queima de fogos de Copacabana afundou no litoral carioca. Cinquenta
e cinco pessoas morreram. Questões processuais, porém, tiveram de ser
reiteradamente discutidas pelos tribunais brasileiros e atrasam, ainda hoje,
a solução definitiva do caso. Consideradas somente as ações de ordem civil,
envolvendo a empresa responsável pela embarcação, tramitaram mais de 40
processos no STJ, gerando cada um diversos recursos internos. Quase todos foram
rejeitados ou inadmitidos em suas decisões principais. Ao menos cinco
processos ainda aguardam julgamento no STJ. Outros tantos tiveram seguimento
no Supremo Tribunal Federal (STF).
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