Câmara aprova reduzir supersalários; corte trará economia de R$ 80,4 mi ao ano Renan Calheiros recua e diz que servidor terá de devolver ganhos acima do teto
Deputados pressionam o comando da Câmara a encontrar uma fórmula para cortar o pagamento de quatro ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) cujos vencimentos ultrapassam o teto constitucional do funcionalismo público, hoje fixado em R$ 28 mil.
Uma reunião para discutir o assunto deverá ocorrer na próxima semana.
Parte dos parlamentares está insatisfeita com a determinação do tribunal para o corte de salários de servidores do Congresso. Técnicos da Casa foram acionados para avaliar a situação dos ministros José Múcio Monteiro, José Jorge, Augusto Nardes e Valmir Campelo que, com acúmulo de aposentadorias e salários, fazem seus vencimentos chegarem aos chamados "supersalários". Ex-deputado e ex-ministro das Relações Institucionais no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, José Múcio soma, por exemplo, salário de R$ 47,3 mil por mês.
Consultores da Câmara entendem que, como seria a mesma fonte pagadora dos dois vencimentos, a situação poderia ser enquadrada também dentro do "abate-teto".
Vice-presidente da Casa, o deputado federal André Vargas (PT-PR) faz críticas ao pagamento dos ministros, mas afirma que cabe ao próprio tribunal reduzir os salários acima do teto recebidos por seus integrantes.
"Nós já cortamos na própria carne, mas não acho que devemos atrair esse tema", disse Vargas. "Agora, o TCU teria que colocar em prática o que vem determinando aos outros. Ninguém deve ganhar acima do teto", completou o parlamentar petista.