Mensagens de repúdio à fala da presidenta Dilma tomaram
conta das redes sociais. Na charge de Latuff, Dilma protege o comandante da PM paulista
A manifestação de
apoio da presidenta Dilma Rousseff
ao coronel PM Reynaldo Simões Rossi, comandante do policiamento da área Centro
da capital paulista, agredido por mascarados durante um protesto no Centro da
capital paulista, foi alvo de críticas na mídia alternativa e nas redes
sociais, principalmente de setores históricos da esquerda brasileira. O
cartunista Latuff, identificado com as causas sociais, chegou a publicar uma
charge na qual o militar aparece no colo da presidenta, enquanto um
manifestante apanha da PM durante manifestação de rua. Para o jornalista Paulo
Nogueira, em artigo publicado no sítio Diário do Centro do Mundo,
a partir de Londres, e reproduzido aqui no Correio do Brasil, “ninguém gosta dos black blocs exceto eles próprios. Cheguei a essa
conclusão depois de ver Dilma, pelo Twitter,
condená-los pelo ato ‘covarde’ de bater num coronel da PM. Segundo Dilma, eles
têm protagonizado cenas de ‘barbárie’. Você lê o Globo e a Veja e lá estão
eles, atacados como vândalos, baderneiros, criminosos, bandidos etc. A direita
e a esquerda estão unidas no ódio aos black blocs por
diferentes razões. Para a direita, eles são um incômodo porque denunciam
escandalosamente a desigualdade social brasileira.
“Experimentem reduzir a desigualdade
social que está na origem deles. O resto é silêncio, como escreveu
Shakespeare”, acrescenta o autor.
Insensibilidade social. - Para o
jornalista Gerson Carneiro, em um artigo publicado no site Viomundo, a presidenta Dilma omitiu-se “em apontar
culpados quando a ação violenta partiu do Estado”.
“Em junho, por
ocorrência da primeira manifestação do Movimento Passe Livre por redução na
tarifa de ônibus urbano, quando a Polícia Militar do Estado de São Paulo
barbarizou e chocou o país com agressão aos manifestantes (a ponto de retirar
pessoas de dentro de bar, que nada tinham com a manifestação, para espancar), a
Presidenta Dilma Rousseff foi à TV e fez pronunciamento sobre os protestos”,
disse Carneiro.
“Naquele momento
não havia presença dos Blacks Blocs. Em nenhum momento, Dilma condenou a
violência policial. A presidenta sequer mencionou a violência policial, sendo
que ali foi a violência da PM que fez alavancar as manifestações. Ela fez o
contrário. De forma transversa, tentou previamente atribuir culpa aos
manifestantes para justificar a atuação desproporcional da PM, sem nominá-la
diretamente, com a manjada desculpa da necessária coibição à violência por
partes dos manifestantes”, acrescentou.
Para o blogueiro,
“nitidamente, Dilma se omitiu em apontar culpados quando a ação violenta partiu
do Estado. Fiz questão de assistir ao pronunciamento e foi essa observação que
à época fiz. Se não teve coragem de criticar a PM que havia acabado de cometer
a barbárie na avenida Paulista, que ela permanecesse neutra em relação ao
coronel que apanhou”. “Preferiu ratificar a afirmação do guru da esquerda, o
sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, de que é detentora de ‘grande
insensibilidade social”, concluiu.
Fonte Correio do Brasil