A defesa da médica Kátia
Vargas Leal Pereira, de 45 anos, acusada de matar os irmãos Emanuel e Emanuelle
Gomes Dias, de 21 e 22 anos, no último dia 11 de outubro, na Avenida Oceânica,
no bairro de Ondina, em Salvador, sustentará nesta sexta-feira (8) perante a
Justiça que a oftalmologista não teve o intuito de matar e que não há provas de
que o seu carro bateu na traseira da motocicleta conduzida por Emanuel. De
acordo com reportagem do Correio, o laudo emitido pelo Departamento de Polícia
Técnica (DPT) e enviado no último dia 21 de outubro à 7ª Delegacia no Rio
Vermelho aponta que os engenheiros e peritos atestaram que “não foi possível
registrar o momento exato do contato entre os veículos envolvidos devido à
posição das câmeras, distâncias destas ao local do fato e existência de obstáculos
entre os equipamentos de captura e o local do fato”. Com base no documento, o
advogado da médica chamou a colisão de “suposição”. “A perícia do vídeo foi
inconclusiva. Se aconteceu realmente o que o MP está afirmando, não aparece nas
imagens”, afirmou Sérgio Habib. O advogado argumentou ainda que o vídeo
divulgado pela imprensa está acelerado, por isso o veículo aparenta velocidade
maior do que a real. “Pode ser que ela tenha acelerado, mas não com a intenção
de matar, e sim para seguir o caminho dela”, defendeu. O jurista ainda
classificou os trabalhos da Polícia Civil e do Ministério Público (MPE) como
“temerosos”. Kátia Vargas foi indiciada por duplo homicídio triplamente
qualificado e está presa no Complexo Penitenciário
da Mata Escura, na capital baiana. Na última segunda (4), familiares
e amigos dos irmãos mortos realizaram um ato em frente ao Tribunal de Justiça
da Bahia, no Centro Administrativo (CAB), contra a liberdade da médica.