Os policiais
militares da Bahia decidiram, em assembleia-geral realizada nesta terça-feira
(15), no espaço Wet'n Wild, na Avenida Paralela, em Salvador, decretar greve
por tempo indeterminado, com início imediato. Como já era sinalizado tanto
pelos praças quanto pelos oficiais, a categoria não aceitou as propostas do
governo do Estado, que apresentou a Lei de Modernização da PM na última quinta
(10), a qual foi considerada um "retrocesso" pela classe. Apesar da
reunião entre representantes da categoria e do Palácio de Ondina e apresentação
de "avanços"em itens do Código de Ética da PM e da progressão
salarial, não houve acordo em relação às reivindicações dos policiais, a
exemplo do pagamento da Unidade Real de Valor Monetário (URV). Segundo o comandante-geral
da PM, coronel Alfredo Castro, em entrevista ao Bahia Notícias, o governo se
comprometeu a rever as gratificações das Condições Especiais de Trabalho (CET):
a dos praças passaria de 17% para 45%; do motorista-praça, de 32% para 60%, com
o mesmo porcentual estendido aos policiais administrativos. Já os funcionários
do Colégio da PM e outros membros da corporação receberiam 25%. Conforme a
proposta, haveria discussão do Código de Ética, rediscussão do plano de
carreira e revisão processos administrativos disciplinares oriundos da greve de
2012. Também seria regulamentado o artigo 92 do Estatuto da Polícia, que versa
sobre os auxílios moradia, funeral, alimentação e outros ganhos da agremiação.
Os tópicos foram apresentados ponto a ponto pelo vereador Marco Prisco (PSDB)
e, apesar dos aplausos a cada anúncio, rejeitados pela maioria dos mais de 2
mil policiais presentes à casa de shows, aos gritos de "ô, a PM
parou".
O
tucano clamou à tropa não deixar o local e convocou outros PMs, que pegariam
plantão às 19h, a se unir ao grupo. Aos servidores do interior, ele recomendou
a ocupação de outros espaços "privados e autorizados", a fim de
evitar o repúdio da sociedade à ocupação da Assembleia Legislativa da Bahia,
como em 2012. Embora defenda uma mobilização "pacífica", Prisco recomendou
à população ter "cautela", "evitar sair de casa" e
"trabalhar". "O nosso movimento vai ser pacífico e ordeiro.
Jogaram muitas coisas nas nossas costas em 2012. Não vai ter nada de tomar
viatura, ocupação de quartel e nada nas ruas. Nenhum ato de indisciplina que
possa prejudicar o nosso movimento", assegurou, em entrevista ao Bahia
Notícias.
Fonte Bahia Notícias