Audiência e faturamento baixos,
falta de patrocinadores, erros graves cometidos ao vivo e críticas severas
dentro e fora da Band pelo fracasso de seu formato. Esses são apenas alguns dos
fatores que envolveram o recém-criado "Tá na Tela", da Band, numa
enorme crise com pouco mais de um mês de existência. Praticamente toda a cúpula
da produção original da atração comandada por Luiz Bacci já pediu demissão ou
foi demitida. O
clima na redação é o pior possível. Diariamente há gritaria e gente chorando
pelos corredores e banheiros, segundo a coluna Ooops! apurou. Entre os que já
deixaram o programa estão editores, produtores, auxiliares, o diretor Paulo
Nicolau e, última baixa, Rodrigo Branco. O programa estreou com pretensões enormes,
a despeito de alguns diretores da Band --como esta coluna antecipou-- terem
feito advertências de que a expectativa de ibope imaginada por Bacci e equipe
eram "megalômanas".
Bacci rescindiu contrato com a Record, onde registrava de seis a sete
pontos de média com o "Balanço Geral" e foi para a Band com a
"promessa" de que daria ao menos cinco pontos de média na nova casa. Isso
nunca aconteceu. O programa tem médias de 2,5 pontos, a mesma coisa que a Band
dava antes do programa existir, e, apesar da caríssima produção, tem disputado
encarniçadamente o quarto lugar no ibope --chega em muitos momentos a perder o
posto para a Gazeta. Cada ponto de ibope vale por 65 mil domicílios sintonizados
na Grande São Paulo. O máximo que o "Tá na Tela" obteve de média foi
na semana entre 11 e 15 de agosto, quando marcou 3,4 pontos.
Para piorar, o viés sensacionalista do programa está afugentando todos
os possíveis patrocinadores. O produto não se vende. A atração tem sobrevivido
apenas de eventuais merchandisings --os chamados "testemunhais". Outro
problema crônico do programa desde a estreia tem sido a falta de furos
jornalísticos e nem sequer há boas reportagens. Para o telespectador comum, tudo
soa forçado, sensacionalista e exagerado. Ontem, Bacci chegou a ouvir uma
reprimenda de José Luiz Datena, por estar narrando o quebra-quebra no centro de
São Paulo, ocorrido horas antes, como se estivesse ocorrendo naquele momento. Eram
cenas gravadas, mas o tom da voz de Bacci era de desespero. Em nenhum momento
ele informava que eram cenas já exibidas pela própria Band horas ante