
Os pesquisadores encontraram provas, em dois tumores de ex-fumantes, que
alterações de genes relacionados ao câncer ocorreram enquanto os pacientes
ainda estavam fumando.
“Surpreendentemente, esses pacientes
pararam de fumar há 20 anos, indicando que eventos ocorreram provavelmente há
mais de 20 anos. Não temos certeza ainda se se trata de um pré-tumor maligno ou
se já era um tumor. De qualquer forma, isto sugere que algo que se tornou um
tumor já estava presente no pulmão há mais de 20 anos”, disse ao iG Nicholas
McGranahan, um dos autores do estudo publicado nesta quinta-feira (09.10) no
periódico científico Science. Os pesquisadores ainda não conseguiram criar
diagnósticos capazes de identificar o “algo que se torna tumor”. Eles defendem
maior investimento em pesquisas neste sentido. “Se pudermos detectar um câncer
antes que ele se torne maligno, nós poderemos pará-lo antes que se torne
perigoso”, disse.
Com a descoberta de que a doença pode ficar inativa durante muitos anos, os pesquisadores esperam que aumente a detecção precoce da doença. "Casos de sobreviventes ao câncer de pulmão continuam sendo devastadoramente baixos, mesmo os novos tratamentos têm impacto limitado na doença. Ao entender como ele se desenvolve e evolui, podemos começar a prever seus próximos passos.", disse Charles Swanton, outro autor do estudo.
Além de ser um dos tipos de câncer mais comuns – mais de 40 mil pessoas são diagnosticadas no mundo todos os anos – , o câncer de pulmão é pouco entendido ainda e, como disse McGranahan, “entender como ele evolui é essencial para poder combate-lo”.