A atriz Deborah Secco nunca quis tanto um papel
quanto Judite, a protagonista do filme "Boa Sorte", uma mulher
usuária de drogas, soropositiva e com pouco tempo de vida. Apesar de se
considerar muito diferente da personagem, ela não economizou ligações e emails
para a diretora, Carolina Jabor, e o roteirista, Jorge Furtado, para conseguir
ao menos um teste. “O que me seduziu foi ela ser o oposto do que sou. Nunca
usei drogas nem remédios pra dormir - só alguns para emagrecer, confesso”,
disse a atriz, que emagreceu 11 kg para o papel, em entrevista coletiva nesta
terça-feira (4) em São Paulo. “Zona de conforto não é o meu lugar.”
Com estreia prevista para 20 de novembro, “Boa
Sorte” é uma adaptação do conto “Frontal com Fanta”, escrito por Furtado. Em
uma clínica de reabilitação, Judite conhece João (interpretado por João Pedro
Zappa), um jovem de 17 anos viciado em remédios. Mais velha e experiente, ela o
guia em uma série de novas experiências, do cigarro ao amor. Foi a primeira vez
que a atriz interpretou uma personagem com pouco tempo de vida. “Fazendo esse
filme, descobri que ia morrer. Sempre soube, mas não tinha descoberto”, afirma
Deborah.