ANEURISMA, AVC ISQUÊMICO E AVC HEMORRÁGICO

O neurocirurgião esclarece as diferenças entre os problemas e alerta: “O AVC mais frequentemente confundido com dor de cabeça primária é o hemorrágico”.
 • Aneurisma: é uma dilatação anormal de algum vaso sanguíneo do cérebro. “É como se fosse um ponto fraco. Eu costumo comparar a um encanamento que não funciona. Só se percebe que há um cano com defeito se começar uma infiltração ou ele estourar. É a mesma coisa no cérebro: o aneurisma é descoberto, normalmente, quando se sofre um tipo de AVC”, explica Sérgio.

• AVC ou derrame cerebral: é uma consequência do aneurisma, e pode ser de dois tipos.

• AVC Hemorrágico: quando ocorre a ruptura do aneurisma, com sangramento. 

• AVC Isquêmico: o vaso cerebral entope, o sangue não circula adequadamente e a área comprometida acaba sofrendo uma isquemia – ela deixa de ser irrigada e causa sequelas. É o tipo de AVC mais frequente (cerca de 80% dos casos), segundo Sergio.

O médico diz que não existe um tipo mais grave de AVC: os dois são igualmente perigosos em termos de risco de morte e sequelas, dependendo da extensão da área do cérebro que é comprometida. Além disso, não há diferenças entre os sintomas de cada um dos dois. “Só é possível diferenciar depois, em exames muito específicos, como a tomografia ou a ressonância”.

Tempo de ação no AVC: crucial para salvar vidas e anular ou diminuir sequelas . - De acordo com Sérgio, o mais importante é agir com rapidez, caso algum dos sintomas apareça, incluindo a dor de cabeça secundária com as duas características preocupantes (súbita e fora do padrão habitual). “O tempo é essencial: quanto mais rápidos o socorro e o diagnóstico, maiores as chances de minimizar ou até mesmo eliminar 100% as sequelas”, informa o neurocirurgião. E qual é esse tempo de ação? “Seis horas depois da manifestação do primeiro sintoma de AVC”, diz Sérgio. “Se o paciente chegar ao hospital até seis horas após o primeiro momento dessas alterações, é possível tratar o derrame e dissolver o quadro. Fora disso, dá para minimizar as complicações, mas a chance de ir a óbito ou ficar com sequelas permanentes é muito grande”. Uma particularidade, no entanto, é quando a pessoa vai dormir e acorda com os sintomas. Nesse caso, é preciso levar em consideração o último momento em que o paciente foi visto sem as anormalidades.

Por que o AVC mata tanto?  A doença vitima uma pessoa a cada cinco minutos no Brasil, de acordo com um estudo do Ministério da Saúde. E a razão para isso, segundo Sérgio, é que a maioria das pessoas subestima os sintomas do derrame cerebral. “É um quadro extremamente crítico: estamos falando em morte, comprometimento da fala, dos movimentos, coma, sequelas graves e que podem ser permanentes”, ressalta o neurocirurgião. Por isso, correr para o médico caso suspeite de alguma coisa pode ser determinante no tratamento da doença.

Grupos de risco do derrame cerebral . - De modo geral, são os mesmos para o infarto do coração. “O AVC é uma doença dos vasos que se manifesta no cérebro. Sendo assim, todos os vasos do corpo estão comprometidos”, esclarece o profissional. Pessoas com pressão alta, sedentários, fumantes, diabéticos, usuários de álcool e drogas são alguns dos que estão mais sujeitos a ter derrame cerebral. O stress é outro fator de risco.


Como tratar o AVC?  Em pessoas com mais chances de desenvolver a doença, faz-se o seguimento médico mais de perto. “Existem alguns exames que identificam a doença em suas fases iniciais. Podemos lançar mão de um tratamento com medicamentos para afinar o sangue, antes que o problema comprometa a oxigenação cerebral”, explica Sérgio. Em determinados casos, pode-se fazer um procedimento cirúrgico para tratar o derrame.