Mesmo
sabendo que ela era portadora de trombofilia, a ginecologista de Daniele
Medeiros receitou um anticoncepcional A funcionária pública Daniele Medeiros
Alvarenga, 33 anos, sofreu uma embolia pulmonar, três paradas cardíacas, ficou
dois meses internada no Hospital Oeste D’Or, no Rio, e passou 40 dias em coma. Tudo
porque usou um anticoncepcional para tratar cistos no ovário, que causavam
fortes cólicas.
Segundo Daniele, em entrevista a Revista Época,
mesmo sabendo que ela era portadora de trombofilia - condição genética que
aumenta em até 30 vezes o risco de formação de coágulos na corrente sanguínea
de mulheres que usam hormônios - a ginecologista a receitou um contraceptivo
"de baixa dosagem hormonal". Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), mulheres com a mesma condição genética que Daniele não devem tomar
hormônios.
Ainda de acordo a publicação, Daniele passou três
meses tomando Yasmin, fabricado pela Bayer. Foi o suficiente para formar um
coágulo em uma veia, que chegou aos pulmões e obstruiu a passagem do sangue
pela artéria. Depois de acordar do coma, a funcionária pública não falava, pois
havia sido submetida a uma traqueostomia. Além disso, andava e comia com muita
dificuldade. Para piorar a situação, Daniele perdeu todos os dedos dos pés.
Eles foram amputados pois estavam necrosados. Segundo a Revista Época, a
necrose foi provocada pelos medicamentos que a mantiveram viva. "Quando vi
o empenho das pessoas para me salvar e me deixar com um dano mínimo, não
lamentei a perda dos dedos", diz em entrevista. Ela não tem vergonha de
usar sandálias abertas. "É uma lembrança do que superei. Agora, vou lutar
para que nenhuma outra mulher passe por isso", explicou.