Jurandir
Fatori, ex-lateral direito com passagens por Guarani, São Paulo e Flamengo na
década de 90, conheceu o topo do mundo do futebol. Jura, como é conhecido, foi
campeão mundial pelo Tricolor em 1993. Vinte e dois anos depois, ele trabalha
como manobrista de estacionamento num restaurante em Piracicaba, cidade do
interior paulista. Mas como a vida de Jura mudou tanto? "Eu perdi bastante
dinheiro com a mulherada nas noitadas. A única coisa que eu tenho é o meu
apartamento, foi a única coisa que eu guardei. Só que eu preciso trabalhar,
fiquei quatro meses sem fazer nada (foi técnico do São José). Aí chegou um parceiro
e falou: 'Jurandir, não é vergonha'. Eu falei: 'eu não tenho vergonha de nada,
o que você tem?' Ele respondeu: 'eu tenho um estacionamento'. Então é o que eu
estou fazendo, eu sou manobrista e segurança do estacionamento do restaurante
Toca da Coruja", conta à reportagem.
"Eu
entro às 7 da noite e saio quase 6 da manhã, é o que está hoje trazendo o
sustento da minha família. E pela minha família hoje eu dou a minha vida. Para
mim está sendo bom, estou pagando as minhas contas", continua. Como não é
comum ir a um restaurante e se deparar com campeões mundiais esperando para
estacionar os carros, Jura virou atração no Toca da Coruja. "Já tirei
muitas fotos, dou autógrafos, tem pai que volta, traz a criança e conta a
história", revela. Apesar de ter orgulho do seu trabalho como manobrista
em estacionamento, Jura, hoje aos 44 anos e com renda mensal de R$ 3.500, sonha
com uma chance de voltar ao futebol.