A presidente Dilma Rousseff chega ao final
do primeiro semestre avaliada como ruim ou péssima por 65% do eleitorado, um
novo recorde na série do Datafolha desde janeiro de 2011, início de seu
primeiro mandato. No histórico de pesquisas nacionais de avaliação presidencial
do instituto, essa taxa de reprovação só não é pior que os 68% de ruim e
péssimo alcançados pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello em setembro de
1992, poucos dias antes de seu impeachment. Considerando a margem de erro de dois pontos
para mais ou para menos, trata-se praticamente de um empate. No levantamento
realizado na quarta (17) e na quinta (18), o Datafolha apurou que apenas 10%
dos brasileiros classificam o governo da petista como bom ou ótimo. Essa taxa
—só comparável às dos momentos mais críticos de Collor, Itamar Franco e
Fernando Henrique Cardoso— equivale a um terço da pior marca de Dilma em seu
primeiro mandato, os 30% pós-junho de 2013, quando uma onda de grandes
protestos espalhou-se pelo país.
Em relação à pesquisa de abril, a reprovação
de Dilma subiu cinco pontos; a aprovação oscilou três para baixo. A atual taxa
de aprovação da presidente é baixa, e em patamares muito parecidos, entre
eleitores de diferentes níveis de renda. No grupo dos mais pobres, os que têm
renda familiar mensal de até dois salários mínimos, 11% a aprovam, 62% a
reprovam. No segmento dos mais ricos (acima de 10 salários), 12% a aprovam, 66%
a reprovam. Tendências parecidas ocorrem nos recortes por sexo, idade e
escolaridade. Algum contraste pode ser observado na aprovação por região. No
Sudeste, a área mais populosa, só 7% aprovam a presidente. No Nordeste, 14%. Já
a reprovação nos nove Estados nordestinos, área onde Dilma obteve enorme
vantagem de votos na eleição de 2014, é de 58%.