Nova fase da Lava Jato, o Doleiro que está preso,
acusado de lavagem de dinheiro. Auxiliar de Youssef disse, em delação premiada,
disse que entregou dinheiro para Collor.
“Se eu for preso
vai faltar cela, vai muita gente presa comigo nesse país” ameaçou Collor após
seus bens serem presos na nova fase da operação lava-jato. A Polícia Federal
está investigando se o doleiro Alberto Youssef mandou
entregar dinheiro para o senador Fernando Collor, do PTB de Alagoas.
O doleiro está preso, acusado de fazer a lavagem do dinheiro da corrupção na
Petrobras. Além do apartamento do Senado e da Casa da Dinda, a Polícia Federal
fez buscas em dois endereços do senador Fernando Collor, do PTB: um em Maceió e
outro em São Paulo.
Rafael Ângulo Lopez, auxiliar do doleiro Alberto Youssef, disse em delação premiada que entregou dinheiro para Collor nesses dois lugares.
Rafael Ângulo Lopez, auxiliar do doleiro Alberto Youssef, disse em delação premiada que entregou dinheiro para Collor nesses dois lugares.
Na investigação
contra o senador, aparecem ainda outras nove pessoas e empresas. Entre elas,
Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Collor. A casa dele também foi
apontada, por Rafael Ângulo, como local de entrega de valores. E Carlos
Alberto de Oliveira Santiago, ex-sócio da empresa Aster Petróleo, em São Paulo,
onde a polícia encontrou mais de R$ 3,5 milhões. Segundo os investigadores,
Carlos Santiago seria o elo entre Collor e possíveis
fraudes na BR Distribuidora. As buscas feitas nas casas de dois ex-diretores da
BR Distribuidora têm a ver com essas suspeitas de corrupção.
A Polícia Federal
tinha ordem de apreender nos endereços de Collor bens de luxo que pudessem ter
sido comprados com dinheiro de supostos crimes pelos quais ele está sendo
investigado no Supremo Tribunal Federal, como corrupção, fraude à licitação e
lavagem de dinheiro. Um desses bens é um Lamborghini, carro que vale R$ 2,5
milhões. Ele está registrado em nome da empresa Água Branca Participações, com
sede em São Paulo, da qual Collor é sócio com a esposa. Os investigadores
suspeitam que seja uma empresa de fachada que pode ter sido usada para lavar
dinheiro.
O carro tem uma
dívida de IPVA de R$ 250 mil. Outro carro apreendido, uma Ferrari, também tem
dívida de IPVA, de quase R$ 86 mil. O advogado de Collor, Rogério Marcolini,
disse que o Lamborghini, a Ferrari e também o Porsche apreendidos na
terça-feira (14) não estão na declaração do senador à Justiça Eleitoral porque
ou estão em nome da empresa ou estão financiados, em sistema de leasing, e
ficarão no nome da financiadora até que sejam quitados. A Operação Politeia
também fez buscas na casa do senador Ciro Nogueira (PP-PI). A Polícia Federal quer
saber qual a ligação do parlamentar com a construtora UTC, de Ricardo Pessoa. A
defesa do senador Fernando Collor não quis comentar a suspeita de que houve pagamento de
propina em endereços dele porque ainda não obteve acesso aos autos que
motivaram as buscas. Segundo o senador, os eventuais débitos de IPVA estão
sendo pagos. A defesa de Rafael Ângulo Lopes também não quis comentar a
reportagem.
Pedro Paulo Leoni Ramos afirmou
ter total disposição em prestar esclarecimentos às autoridades. O senador Ciro
Nogueira disse que os últimos atos da Justiça fazem parte do processo de
investigação e afirmou confiar na apuração. Carlos Alberto de Oliveira Santiago
não foi encontrado e a assessoria da empresa Aster Petróleo não respondeu à
reportagem. A assessoria do STF informou que o tribunal vai dar acesso aos
autos a uma série de investigados, entre eles o senador Fernando Collor de
Mello.