Horas depois de
romper relações com o governo federal, o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, desengavetou 11 pedidos de impeachment contra
a presidente Dilma Rousseff. As informações são do blog do jornalista
Josias de Souza e do site do Congresso em Foco. O deputado federal Jair
Bolsonaro é um deles. Segundo as publicações, Cunha despachou 11 ofícios que
dão prazo de 10 dias para que seus autores atualizem os documentos adequando-a
aos requisitos da Lei número 1.079/1950 e do regimento interno da Câmara dos
Deputados. Com a
medida, o presidente da Câmara abre caminho para que os autores dos pedidos de
impeachment reúnam mais argumentos e indícios contra a presidente, como, por
exemplo, a denúncia do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, de que a
campanha à reeleição de Dilma teria recebido dinheiro desviado da
Petrobras. A manobra, considerada incomum pelo jornalista Josias de
Souza, pode ser um amostra da retaliação que Cunha prepara para o segundo
semestre.
Ontem, o
peemedebista autorizou duas CPIs que incomodam Dilma: a do BNDES, que vai
investigar supostos empréstimos irregulares, e outra para apurar pagamentos
indevidos dos Fundos de Pensão das estatais. O conjunto de ações é uma resposta
de Cunha ao agravamento das denúncias contra ele no âmbito da Operação Lava
Jato. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Júlio Camargo disse que Eduardo Cunha
pediu propina de 5 milhões de dólares em um contrato de navios-sonda da
Petrobras. No mesmo dia, o doleiro Alberto Youssef disse que estava sendo
coagido por um deputado "pau mandado" do presidente da Câmara.