Prisão de ventre pode causar sérias complicações, como infecções por
bactérias
Rio - A prisão de ventre é muito
mais do que um incômodo, alertam especialistas. Ela pode provocar fortes
cólicas e inchaço abdominal, além de infecções por bactérias. Um caso extremo,
o da britânica Emily Tittering, 16 anos, chamou a atenção da imprensa
internacional: após oito semanas sem ir ao banheiro, a jovem morreu de parada
cardíaca. Gastroenterologista do Hospital Norte D’Or, Carlos Frederico Porto
Alegre afirma que problemas psicológicos são uma das causas da prisão de
ventre. Parece ter sido o caso de Emily. A jovem sofria de uma estranha fobia a
vasos sanitários. O laudo médico mostrou que o intestino grosso da menina
cresceu muito, comprimindo a cavidade do peito e deslocando órgãos do corpo, o
que causou a falência do coração.
Carlos Frederico destaca que quem
sofre de ansiedade, depressão e fobias costuma tomar muitos medicamentos, o que
dificulta o funcionamento do organismo. “As substâncias podem obstruir o tubo
digestivo. E, com a fobia, ela instintivamente prendia o intestino. Ir ao
banheiro era um motivo de sofrimento”, diz. Horas antes da morte de Emily ,
seus pais perceberam que ela estava muito pálida e chamaram uma equipe médica.
A adolescente não quis acompanhar os especialistas até o hospital e, logo em
seguida, morreu. Segundo a rede BBC, Emily tinha problemas no intestino há
anos, mas se recusava a fazer exames. A adolescente tinha ainda um grau leve de
autismo. Carlos conta que questões alimentares, como beber pouco líquido, e
orgânicas, como diabetes e doenças na tireoide, também aumentam as chances de
prisão de ventre. “É preciso procurar logo um especialista. Caso contrário, bactérias
do intestino podem se espalhar pelo organismo, causando infecções”, alerta o
gastroenterologista.
Mais ingestão de líquidos. A prisão de ventre pode ser evitada por meio de mudanças nos hábitos
alimentares, diz o gastroenterologista Carlos Frederico Porto Alegre. Entre as
medidas que podem ser adotadas estão maior ingestão de líquidos, principalmente
água, e comer alimentos com fibras, como vegetais e legumes. Para o
especialista, um cardápio rico em massas e pães interfere no fluxo do sistema
digestivo. “É importante ressaltar ainda que beber café também não é o ideal,
porque a cafeína prende o intestino. E, dependendo do diagnóstico do médico, é
possível que ele indique aos pacientes o uso de medicamentos laxativos”,
destaca o gastroenterologista.