O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
investigado pela Procuradoria no DF por tráfico de influência
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A
presidente Dilma Rousseff pediu nesta segunda-feira (20) que seus ministros
saiam em defesa pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado
pela Procuradoria da República no Distrito Federal por suposto tráfico de
influência internacional e no Brasil a favor da Odebrecht. Segundo a Folha apurou,
Dilma se disse "indignada" com a abertura de investigação contra o
ex-presidente pela Procuradoria, na semana passada, e afirmou que "todas
as autoridades" que entram em sua sala "falam dos interesses de
empresas em seus países". "No
mundo, reis, príncipes, presidentes e ex-presidentes defendem as empresas e
interesses nacionais. No Brasil, querem dizer que isso é crime?", indagou
Dilma durante reunião de sua coordenação política. Apesar das críticas recentes
que fez à administração da sucessora, classificando-a como um "governo de
mudos", a avaliação de Dilma e de seus ministros é que Lula ainda é um dos
principais fiadores da gestão da presidente e seria "prejudicial"
para a recuperação do governo vê-lo tragado por denúncias desse tipo.
Com a
abertura da investigação contra o ex-presidente, o petista virou alvo de um
procedimento investigatório criminal. Com isso, o Ministério Público Federal
tem a prerrogativa de utilizar todas as ferramentas investigativas, como fazer
pedidos de quebras de sigilo bancário e telefônico.Lula é suspeito de usar sua
influência para facilitar negócios da Odebrecht com governos estrangeiros nos
quais faz obras financiadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), principalmente na África e na América Latina.
A
empreiteira bancou diversas viagens de Lula ao exterior depois que ele deixou a
Presidência. O Ministério Público quer saber também se, durante essas visitas,
Lula fez palestras e quem pagou por elas. O Instituto Lula nega que o
ex-presidente atue como lobista ou consultor e se diz surpreso com a
investigação porque considera que houve pouco tempo para análise de material
solicitado pela Procuradoria, entregue por eles na semana passada.