PARAGUAIA DE 11 ANOS QUE TEVE ABORTO NEGADO APÓS SOFRER ESTUPRO DÁ À LUZ

A menina mede 1,39m e, antes da gravidez, pesava 34 quilos; as leis do país só permitem aborto em caso de perigo de morte

A menina paraguaia de 11 anos que engravidou após ser estuprada – supostamente pelo padastro – e que não foi autorizada a abortar pelo governo deu à luz nesta quinta-feira. Gravidez é considerada de risco por causa da idade da mãe A gravidez da menina, que completou 11 anos em maio, gerou um grande debate dentro e fora do Paraguai, onde as leis só permitem o aborto em caso de perigo de morte para a mãe e quando há recomendação médica – e não em casos de estupro. No ano passado 680 menores de 15 anos deram à luz no país, de acordo com o Ministério da Saúde Pública. O parto foi feito por meio de uma cesárea programada na sede da Cruz Vermelha em Assunção, disse o diretor da instituição, Mario Villalba, de acordo com o jornalLa Nación. Tanto a menina quanto o bebê, de 3,5 quilos, passam bem. A expectativa é que voltem para casa em três dias, disse advogada da mãe da criança, Elizabeth Torales, à agência de notícias EFE. A menina mede 1,39m e, antes da gravidez, pesava 34 quilos. A identidade da família não foi revelada para manter a privacidade dela.

Torales anunciou que fará um pedido para que a criança e a recém-nascida fiquem sob custódia da avó do bebê. Ela chegou a ser presa e responde a processo sob acusação de faltar com os devidos cuidados com a filha. A avó havia pedido que um aborto fosse feito para "salvar a vida" da filha, mas as autoridades negaram. Para pressioná-las, a Anistia Internacional lançou a campanha #NiñaEnPeligro (Menina em Perigo). No entender da Anistia, obrigar a menina a ser mãe "constitui tortura e outros maus tratos, de acordo com a Convenção contra a Tortura das Nações Unidas". O padrasto da menina está preso, mas diz ser inocente. Se considerado culpado, pode ser condenado a 12 anos de prisão.