O
deputado Antônio Imbassahy (PSDB), vice-presidente da CPI da Petrobras, pediu a
convocação do dono da Cervejaria Itaipava, Walter Faria. Na sua justificativa,
o tucano baiano informou que a delação premiada do lobista Júlio Camargo, o
mesmo que acusou o presidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
de embolsar US$ 5 milhões do esquema da Petrobras, teria repassado para o dono
da Itaipava cerca de US$ 3 milhões por meio de um banco na Suíça. Imbassahy
pretende investigar se o dinheiro teria sido usado para abastecer campanhas do
PT. Entres as campanhas patrocinadas pelo Grupo Petrópolis está a do governador
Rui Costa (PT). Conforme informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a
campanha do então candidato à sucessão do governador Jaques Wagner, pelo PT da
Bahia, recebeu doação de R$ 4 milhões do Grupo Petrópolis, dono da marca
Itaipava.
No seu
requerimento à CPI da Petrobras, Imbassahy solicitou à Operação Lava Jato o
acesso aos dados sobre transações realizadas em contas em bancos da Suíça,
Mônaco e Uruguai. Quando era líder do PSDB na Câmara, o peessedebista
protocolou representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) e um pedido
de auditoria especial ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que fossem
investigados dois empréstimos, que somaram R$ 830 milhões, tomados junto ao
Banco do Nordeste pelo Grupo Petrópolis. Do montante, R$ 375 milhões foram
utilizados para construir a fábrica da Itaipava em Alagoinhas.