Banco
de Stanford, com negócios em Antigua, foi fechado em 1997, mas investigações
pela SEC levaram mais de uma década
O
bilionário texano Allen Stanford, dono do banco Stanford, com negócios na ilha
de Antigua, no Caribe, foi condenado por roubar US$ 7 bilhões (equivalentes a
R$ 12,3 bilhões pelo câmbio atual) em dinheiro dos seus clientes para financiar
um estilo de vida exuberante, que incluía o patrocínio de campeonatos de
cricket, iates e ilhas particulares, informou o jornal “Financial Times”.Stanford está preso desde 2009 e poderá passar mais 10 anos na prisão quando for sentenciado, o que deve ocorrer nos próximos meses.
O julgamento foi uma das partes do processo contra Stanford, que atraiu a atenção internacional e constrangeu a Securities and Exchange Commission (SEC).
O órgão regulador americano foi criticado por ter indícios, ainda em 1997, de que o banco de Stanford em Antigua estava envolvido em fraudes, mas por ter levado uma década para dar início a uma investigação profunda sobre os crimes cometidos pelo banqueiro, que chegou a ser condecorado pelo governo da ilha caribenha.
Para os vários clientes do banco Stanford, que compraram certificados de depósito, a condenação pode ser uma vitória, afirma o "Financial Times".
Nenhum dos 20 mil clientes do banco recebeu dinheiro do fiel depositário nomeado pela Justiça americana, que processou os ex-corretores do Stanford, o governo da Líbia e os escritórios de arrecadação de fundos dos partidos Democrata e Republicano em mais de US$ 600 milhões.
Após seis semanas de julgamento em Houston, no Texas, e depois de cinco dias de deliberações, o júri formado por oito homens e quatro mulheres votou pela condenação de Stanford em 13 das 14 acusações contra o banqueiro, entre elas a de fraude, conspiração e obstrução das investigações conduzidas pela SEC.