Desprestígio e impotência. Estas palavras definem bem os sentimentos que a maioria dos parlamentares transpareceram em seus discursos, quando se depararam nesta quinta-feira (24), com uma audiência pública, para tratar dos impactos da duplicação e do pedágio da Via Parafuso, sem os representantes dos principais órgãos responsáveis pela obra, Bahia Norte e Agerba. O proponente da audiência, vereador Sessé de Abreu (PRTB) que contava com a presença das instâncias que aprofunda o assunto] definiu como uma “falta de respeito com a população de Camaçari”, a ausência dos organismos, os quais teriam apenas informado que não participariam um dia antes do debate, não dando nenhuma justificativa plausível para a ausência. De acordo com alguns edis, foi sondada a possibilidade de cancelar a audiência por conta das ausências, mas em respeito ao público, que se faria presente, foi mantido o encontro, que sem sombra de dúvidas, foi marcado pelas explanações rasgadas de líderes sociais de Parafuso e por declarações dos edis de apoio e incentivo à comunidade para fazer “justiça com as próprias mãos”, isto que será explicado melhor, logo mais abaixo. Logo no início Sessé apresentou alguns slides, que apontava os principais problemas enfrentados pela comunidade de Parafuso, com destaque às imagens, que flagraram crianças, jovens e adultos arriscando a vida, na travessia do Via Parafuso, e os longos contornos que os condutores de veículos são obrigados a fazer para alcançarem as comunidades que se localizam nas margens contrárias, tendo que pagar por isso, a cada vez que desejam realizar a travessia.
Infraestrutura, Everaldo Siqueira, pouco tiveram o que explanar. Ambos se ativeram a declarar que o prefeito Ademar é sensível à reivindicação e que as propostas de “desvio e retorno”, para beneficiar a população de Camaçari foram rejeitadas pela Bahia Norte [concessionária que administra o trecho e a praça de pedágio na Via parafuso]. Visivelmente incomodados com a situação, os parlamentares que explanaram, abriram seus discursos com ataques direcionados à Bahia Norte e Agerba, alegando falta de sensibilidade das mesmas como o tema. E quando parecia que o encontro terminaria, sem posicionamento dos edis, um leque de vereadores declararam apoio total a reivindicação dos populares e incentivaram os moradores de Parafuso a realizarem paralisação no pedágio, como sendo a única forma dos órgãos competentes se sensibilizarem com a situação. Na mesma linha de pensamento fez declaração o vereador, Jorge Curvelo (DEM). “É preciso um diálogo urgente entre o Executivo Municipal com o a gestão estadual sobre essa situação. Digo à comunidade de Parafuso: Só vai dar jeito e dar atenção, quando for feita mobilização lá na frente do pedágio. Pois quando afeta o bolso, as coisas andam”, assinalou Curvelo.
Fonte CFF