Desespero
e pânico batendo a porta dos companheiros comissionados, com medo de perderem a
boquinha, levam medo a população com críticas cada vez mais sérias com a
candidata Marina. Ouvi uma frase sobre a corrida presidencial que me pareceu
perfeita: “Em 2002, achei que o PT estava despreparado para assumir o governo.
Mas eu não sabia que o PT estaria agora tão despreparado para deixar o
governo”. É uma avaliação tão cruel quanto verdadeira. Revela também o grau de
subdesenvolvimento institucional do país. É claro que não há risco de
disrupção, mas parece um pouco incompatível com a regra democrática que um
partido entre em desespero frenético apenas porque existe a possibilidade de sair
do poder a partir de 1º de janeiro de 2015.
A
aparição do ex-presidente Lula, suado e descabelado, fazendo uma manifestação
em frente à Petrobras é a síntese do clima atual no PT. E nem está claro que
Dilma Rousseff perderá a disputa contra Marina Silva (aliás, a presidente está
à frente nas pesquisas). Mas em Brasília é possível respirar um certo pânico no
ar. Só na capital da República há mais de 20 mil cargos de confiança, todos
ocupados pelo petismo e adjacências. Uma derrota de Dilma Rousseff obrigará
essas pessoas e suas famílias a deixarem a cidade. Por baixo, serão de 40 a 50
mil desamparados. Voltarão a seus Estados para pedir trabalho na iniciativa
privada ou em algum governo, prefeitura ou sindicato sob o comando do PT.
Serão milhares de dramas pessoais. Em Harvard, nos EUA, a universidade
oferece um serviço gratuito de atendimento psicológico a estudantes
estrangeiros que passam um tempo por lá e depois têm de retornar para seus
países. Dilma poderia pensar no assunto. Uma “bolsa psicólogo” ajudaria a
manter mais calmas as pessoas ao seu lado. Como o problema é estrutural, uma
vitória dilmista só atrasará a crise existencial dos petistas. Até porque, em
2018, 2022 ou em outro momento, o partido sairá do poder. Quando esse dia
chegar, as farmácias de Brasília terão de reforçar os estoques de Prozac em
suas prateleiras.
A
difamação já deu o que tinha que dar, agora os eleitores querem saber o que
Dilma vai fazer com as mentiras e as inverdades e agora também vai ser a hora da
queda lenta mas contínua de Dilma e a subida do Aécio, assim como da
consolidação da Marina.
Não me surpreenderia com a saída de Dilma do segundo
turno, pois se Dilma cair mais onze pontos e o Aécio subir oito ele passa a
Dilma. Pra mim, a Dilma corre sérios riscos, pois jogou muito sujo e mexeu com
os brios do povo, as pessoas olham para o Brasil petista na TV e se pergunta: Por
que eu não moro neste Brasil?