Dois anos após ter sido condenado a 22 anos e três meses
pelo assassinato da modelo Eliza Samudio, o ex-goleiro do Flamengo Bruno
Fernandes de Souza, 30 anos, voltou a rechaçar qualquer participação no crime e
afirmou: "Seria ótimo para mim se o corpo dela fosse encontrado". A
declaração foi feita em entrevista concedida ao apresentador Gugu Liberato. "Iríamos esclarecer muitas coisas [se encontrassem o
corpo]. Ainda tem um ponto de interrogação na minha cabeça sobre o que realmente
aconteceu. Sem falar que a Eliza poderia receber um enterro digno de um ser
humano", disse o ex-goleiro na entrevista, exibida na noite desta
quarta-feira (18), no "Programa do Gugu", da TV Record. A última vez
que ele havia falado a algum veículo de mídia foi para a revista
"Placar", em abril do ano passado.
De acordo com a condenação, Bruno "calculou
meticulosamente o assassinato de Eliza", que alegava ter tido um filho do
então jogador do Flamengo – e, de acordo com Bruno, o vinha "extorquindo,
pedindo dinheiro e querendo aparecer" devido a isso. O ex-goleiro, então,
teria ordenado ao amigo de infância, Macarrão, que cuidava de sua carreira,
para sumir com a modelo, com a justificativa de que ela o vinha pressionando,
especialmente em relação à pensão alimentícia. A partir disso, o amigo de Bruno
teria levado Eliza ao ex-PM Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado como
o responsável direto pelo assassinato e pela ocultação do corpo da modelo.
Foi um primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales, que trabalhava
para o ex-goleiro e acompanhou Eliza ao lado de Macarrão até o local do
homicídio, quem ajudou a investigação a esclarecer o caso. Partiu também dele
detalhes mórbidos sobre o crime, até hoje não comprovados, como de que o corpo
de Eliza teria sido esquartejado e, posteriormente, suas partes entregues a
cachorros. Exames feitos nos animais após o depoimento não encontraram
vestígios de carne humana. Até hoje, no entanto, o corpo não foi encontrado.
Rosa Sales foi assassinado em agosto de 2012, em crime que a polícia garante
não ter relação com a morte de Eliza.