O jogador
briga na Justiça para não herdar pela falta de pagamento do imposto
Os ex-jogador do Santos e do São
Paulo Axel, que treinou equipes de base da seleção brasileira e atualmente é
treinador do Jabaquara, da cidade de Santos (SP), está com um problema na
Justiça gerado por um ato de fé. Ele foi parar na lista ativa de devedores do
Estado de São Paulo por causa de um veículo que doou à Igreja Mundial Graça e
Paz, do apóstolo Paulo Moura, no ano de 2002. De lá para cá, o IPVA do
automóvel nunca mais foi pago, o carro tomou 416 multas, todas computadas na
carteira de habilitação de Axel. O caso foi parar na Justiça, que tomou uma
decisão em primeira instância que não agradou a Axel nem à Igreja, tanto que as
duas partes informam que irão recorrer da decisão.
O caso se desenrolou assim: Axel
era frequentador da Igreja Missão Mundial Graça e Paz. No ano de 2002, ele
ofertou um veículo de sua propriedade, um Mitsubishi Pajero à Igreja. Doou o
veículo, assinou documento de doação e entregou-o ao senhor Paulo Sergio de
Moura, fundador da Igreja. Quanto a isso tudo, ninguém discorda. O problema é
que Axel deixou de ir ao Detran para efetuar a transferência legal de
propriedade do veículo. Durante os meses seguintes à doação, conforme narram as
duas partes, o apóstolo Paulo utilizou o veículo, mas fato é que nem Axel nem a
Igreja ou seus membros foram ao Detran trocar o carro de dono.
O tempo passou e a Igreja
transferiu a posse (mas não a propriedade, que continuava sendo de Axel) para
uma outra pessoa, um professor que mora na Bahia. Quando chegou o ano de 2009,
Axel recebeu a triste surpresa. Um oficial de Justiça bateu em sua porta e lhe
disse que seu nome constava na lista da Dívida Ativa da Fazenda de São Paulo,
em virtude da falta de pagamento do IPVA de um veículo Pajero de sua
propriedade, e que também constavam nada menos do 416 multas em seu nome,
tomadas pelo mesmo veículo. Axel, então, resolveu ir à Justiça. Entrou
com um processo contra a Igreja, contra o apóstolo Paulo e contra a Fazenda do
Estado de São Paulo. Queria que as dívidas de IPVA e das multas, bem como os
pontos na carteira, não recaíssem sobre ele, e sim sobre a Igreja ou sobre a
terceira pessoa que recebeu o carro do apóstolo.