Além dos
aumentos de preços administrados anunciados recentemente estarem surpreendendo
para cima, alguns economistas estão incluindo em seus cenários de inflação
deste ano um possível reajuste nos preços da gasolina. Para eles, será
necessário reforçar o caixa da Petrobras por causa da alta da cotação do
petróleo no mercado internacional e da desvalorização do câmbio no Brasil.
Além disso, a empresa já deu sinais de que vai reajustar os combustíveis. Essa
percepção ganha força na medida em que o mercado acredita que a estatal tem
autonomia para decidir sobre sua política de preços independentemente da
inflação. O economista-chefe do banco Safra, Carlos Kawall, trabalha com um cenário de
reajustes nos preços da gasolina em 2015, de 9,5% e de 6,0% na refinaria e na
bomba, respectivamente, distribuídos em duas etapas, uma no meio e outra no fim
do ano. Esses números teriam um impacto de 0,24 ponto porcentual no IPCA.
Kawall disse que a defasagem entre os preços internos da gasolina ante o
mercado externo, que já chegou a ser vantajosa para a Petrobras em cerca de 40%
no ano passado, agora está na faixa de 5,0%.
Na semana passada, o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, reafirmou que a estatal “tem liberdade e vai praticar preços competitivos e de mercado”. Segundo ele, esse é um compromisso da companhia com acionistas e também com o mercado, uma vez que a redução do endividamento é tida como prioridade pela atual diretoria.