Segundo Mauricio Ramos Thomaz,
autor do pedido, medida busca evitar eventual ordem de prisão contra
ex-presidente na Lava Jato
A Justiça
Federal no Paraná recebeu na quarta-feira, 24, um pedido de habeas corpus
preventivo para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida impetrada
por Mauricio Ramos Thomaz, de Campinas (SP), que se apresenta como consultor,
busca evitar eventual ordem de prisão contra ex-presidente no âmbito Operação
Lava Jato. “O presente habeas é impetrado em razão da ameaça de prisão
que tem sido noticiada nos últimos na mídia e na internet”, diz Mauricio
Ramos Thomaz no pedido. Nos autos da Lava Jato, oficialmente, não há nenhum
indicativo de investigação sobre o ex-presidente no esquema de corrupção na
Petrobrás. O ex-presidente nega que seja o autor do pedido.
Segundo a
assessoria de imprensa do instituto, a equipe do ex-presidente está averiguando
quem é o autor da ação. O Instituto Lula trabalha com duas hipóteses: a
primeira de que seja algum simpatizante que tomou a iniciativa sem consultar o
ex-presidente. E a segunda, em sentido oposto, de que seja uma provocação de
algum adversário interessado em desgastar politicamente o ex-presidente e
envolvê-lo na operação Lava Jato. O Instituto Lula informou achar “estranho” o
fato de que o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) tenha divulgado a informação em
suas redes sociais antes mesmo de o habeas corpus ter sido revelado pela
imprensa ou o instituto ter sido consultado. Ainda de acordo com o instituto,
Lula soube do habeas corpus por meio da imprensa. O senador Ronaldo Caiado
disse que apenas tornou público o teor do habeas corpus. “Quem entrou com o
habeas corpus não é problema meu”.
Há cerca
de 15 dias, um laudo pericial indicou que a Camargo Corrêa pagou R$ 3
milhões para o Instituto Lula e mais R$ 1,5 milhão para a LILS Palestras
Eventos e Publicidade, de Luiz Inácio Lula da Silva, entre os anos
de 2011 e 2013. Foi a primeira vez que os negócios do ex-presidente apareceram
nas investigações da Operação Lava Jato, que apura um esquema de cartel e
corrupção na Petrobrás com prejuízo de R$ 6 bilhões já reconhecidos pela
estatal. São três pagamentos de R$ 1 milhão cada registrados como
“Contribuições e Doações” e “Bônus Eleitoral” para o Instituto, aberto por Lula
após ele deixar a Presidência da República, em 2011. A revelação sobre o elo da
empreiteira – uma das líderes do cartel alvo da Lava Jato – com Lula consta do
laudo 1047/2015, da Polícia Federal, anexado nesta terça-feira, 9, nos autos da
investigação. Na ocasião, o Instituto Lula e a Camargo Corrêa se manifestaram.
Veja o que cada um informou: