O diretor-geral do Departamento
Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA), Maurício Bacelar, participou da
reunião do Fórum Consultivo do Departamento Nacional de Trânsito (Contran), na
semana passada, em Brasília, que discutiu o impacto da redução da maioridade
penal no acesso à primeira carteira de habilitação.
Maurício Bacelar voltou do
encontro convencido que permitir que jovens de 16 e 17 anos possam dirigir é um
risco para a segurança de condutores e pedestres. Segundo o diretor, os jovens
são as principais vítimas de acidentes, o que justificaria não liberar a
habilitação para os menores de 18 anos. “ Essa uma questão muito delicada, que
está diretamente ligada à valorização da vida em nossa sociedade. Se com o limite
de 18 anos temos hoje uma epidemia no trânsito, a responsável número um pela
morte de jovens entre 15 e 29 anos de idade, o que esperar das ruas e estradas
com adolescentes habilitados a dirigir?”, indagou.
Maurício Bacelar defende mais
investimentos em campanhas educativas, para conscientizar o cidadão sobre o
respeito às leis de trânsito e preparar crianças e adolescentes para o momento
de tirar a primeira habilitação. “ O Detran da Bahia tem priorizado as ações
educativas, porque acreditamos que esse seja o caminho para um trânsito seguro.
Temos a 'Balada Consciente' da Lei Seca, as noções de tráfego para crianças em
nossa escola e a capacitação de condutores, focada na direção defensiva”,
ressaltou. Ex-presidente estadual do PTN, o diretor do Detran aproveitou para
alfinetar os políticos que são a favor da redução da maioridade penal. “ Existe
um clamor na sociedade por mais punição para quem comete crimes, mas isso não
justifica um julgamento antecipado da juventude brasileira. É fácil jogar para
a plateia eleitoral, sem ter as respostas para a crise no sistema carcerário e
o combate à violência. No trânsito ou fora dele, a vida do jovem deve ser
preservada”.