O problema se agravou ainda mais por conta da redução de 30% nos
negócios motivados pela crise econômica
Comerciantes dos shoppings da capital baiana estão insatisfeitos com a
cobrança de estacionamento, que teve início no último dia 22 de junho. De
acordo com informações da Federação do Comércio do Estado da Bahia
(Fecomércio-BA), a baixa no movimento chega a 50% em alguns estabelecimentos. O
problema se agravou ainda mais por conta da redução de 30% nos negócios
motivados pela crise econômica. O presidente da Fecomércio disse ao A
Tarde que “os donos das lojas se questionam porque a medida, que foi
adiada por anos na cidade à espera de uma decisão judicial à espera de uma
decisão judicial, acabou sendo adotada justamente num momento já tão sofrível
para o comércio”. A Associação dos Lojistas (Alospa) do Shopping Paralela,
em Salvador, entrará na Justiça contra o empreendimento “alegando quebra de
contrato e propaganda enganosa, exigindo indenização pelos prejuízos”. O
presidente da Alospa, informou que enfrentou queda de 40% nas vendas de sua
loja desde o início da cobrança. Segundo informações do A Tarde.
O presidente da Associação Brasileira dos Shopping Centers (Abrasce),
Edilson Piaggio, afirmou que a categoria está aberta a sugestões e discussões
sobre a resposta dos baianos à cobrança. “Nem hospitais, nem a rodoviária, nem
o aeroporto deixaram de cobrar pelo estacionamento por conta da crise e os
shoppings não podem ser discriminados em relação aos outros equipamentos”,
informou à reportagem do A Tarde.
Shoppings cobram valor diferenciado à
funcionários. - De acordo
com a Abrasce, apenas os shopping center Itaigara e Paseo não fazem a
cobrança por estacionamentos em Salvador, por não serem filiados à associação,
os dois centros comerciais alegam que como os lojistas são donos de suas
próprias lojas, a decisão por cobrança por vaga em estacionamentos dependerá de
uma assembléia geral ainda sem data marcada. Nos oito outros estabelecimentos
filiados à Abrasce, os valores variam de R$ 4 a R$ 8 por cada duas horas de
permanência. Confira:
Salvador Norte
R$ 5 pelas primeiras duas horas
R$ 1 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 2.175
R$ 5 pelas primeiras duas horas
R$ 1 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 2.175
Shopping Barra
R$ 6 pelas primeiras duas horas
R$ 1 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 3.000
R$ 6 pelas primeiras duas horas
R$ 1 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 3.000
Shopping da Bahia
R$ 4 pelas primeiras duas horas
R$ 1 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 3.502
R$ 4 pelas primeiras duas horas
R$ 1 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 3.502
Salvador Shopping
R$ 6 pelas primeiras duas horas
R$ 1 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 6.000
R$ 6 pelas primeiras duas horas
R$ 1 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 6.000
Center Lapa
R$ 8 pelas primeiras duas horas
R$ 2 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 220
R$ 8 pelas primeiras duas horas
R$ 2 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 220
Shopping Piedade
R$ 8 pelas primeiras duas horas
R$ 2 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 440
R$ 8 pelas primeiras duas horas
R$ 2 por hora ou fração adicional.
Número de vagas: 440
Bela Vista
Número de vagas: 3.304
Por problemas de logística o shopping só deverá começar a cobrança por estacionamento a partir desta terça-feira, segundo informações da Abrasce
Número de vagas: 3.304
Por problemas de logística o shopping só deverá começar a cobrança por estacionamento a partir desta terça-feira, segundo informações da Abrasce
Shopping Paralela
R$ 5 pelas primeiras duas horas
R$ 1 após a 3ª hora ou fração adicional.
Número de vagas: 2.400
R$ 5 pelas primeiras duas horas
R$ 1 após a 3ª hora ou fração adicional.
Número de vagas: 2.400
Associação tenta cancelar a cobrança de
estacionamento em shoppings.
- O pedido para que a cobrança de estacionamento nos shoppings de Salvador seja
cancelada foi feito pela Associação de Defesa dos Direitos dos Consumidores do
Estado da Bahia (Aceba). A associação entrou com uma ação civil pública
coletiva, na 1ª Vara Civil e de Relações do Consumo e será analisada pela juíza
Indira Fábia dos Santos Meireles. De acordo com informações do advogado
Henrique Quintanilha, a cobrança fere artigos do Código de Defesa do Consumidor
(CDC). "O STF não decidiu sobre cobrança de estacionamento. Decidiu sobre
o o direito de propriedade dos shoppings. O que o STF determinou é que a Sucom
não pode negar o alvará para a cobrança, mas em nenhum momento foram discutidas
as relações de consumo", informou o representante da Aceba. Segundo o
advogado, a cobrança é abusiva. "A atração dos shoppings é justamente a
maior segurança, o conforto do estacionamento, e o consumidor já paga por isso
no valor que está embutido nos produtos. A cobrança do estacionamento viola a
natureza deste contrato do consumo", afirmou.