ARGOLO FOI 61 VEZES ÀS SEDES DE EMPRESAS DE YOUSSEFF, APONTA PF

A força-tarefa da Operação Lava Jato possui um trunfo que desmonta a versão do ex-deputado baiano Luiz Argolo sobre suas ligações com o doleiro Alberto Youssef, pivô do esquema de corrupção na Petrobras, de acordo com informações publicadas pelo colunista Jairo Júnior, do jornal Correio. A Planilha elaborada pela Polícia Federal do Paraná aponta 61 registros de entrada do ex-parlamentar nos escritórios de duas empresas controladas por Youssef em São Paulo.  De acordo com levantamento da polícia, Argolo foi 45 vezes à sede da JPJPAP Assessoria e Participações, no Itaim Bibi, de julho de 2011 a outubro de 2012, logo após o primeiro turno das eleições municipais.  Ainda de acordo com a publicação, o ex-deputado fez 16 visitas ao quartel-general da GDF Investimentos, na Avenida Paes de Barro, bairro da Mooca, entre 21 de novembro de 2011 a 18 de fevereiro de 2014, um mês antes da prisão do doleiro.  À Justiça, Argolo relatou apenas encontros esporádicos, voltados a cobrar dívidas relativas à venda de um terreno em Lauro de Freitas.

 A PF aponta no inquérito da Lava Jato contra o ex-deputado, artifícios possivelmente usados por Argolo para tentar driblar uma eventual investigação. Em todas as fichas de controle de entrada e saída dos escritórios de Alberto Youssef, Argolo usava a parte desconhecida de seu nome e alterava o número do documento de identidade. O colunista afirma também que os registros de Luiz Argolo na portaria dos escritórios do doleiro eram feitos com o primeiro nome e o último sobrenome do político: João dos Santos ou João Santos. O RG informado tinha como diferença apenas o último dígito - em vez de 7,  2 ou 5. Os federais só descobriram que se tratava de Argolo porque ele foi clicado pelas câmeras da recepção.