O
Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), formado por cinco
organizações - Sesi, Senai, Firjan, Cirj e IEL – informou hoje (14), em nota
assinada pelo presidente da entidade, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, que o
pacote de medidas anunciado nesta segunda-feira pelo governo apresenta o pecado
capital de sempre: não ataca a causa dos desequilíbrios fiscais que vêm
deteriorando a confiança das empresas e das famílias do país, e diz que nem a
população nem as empresas estão em condições de pagar mais impostos.
“Os
problemas do Brasil são estruturais. Há anos gasta-se mais do que se arrecada,
criando-se mais impostos para cobrir o buraco das contas públicas. Este é o
ponto: não há mais espaço para novos aumentos da carga tributária. Aliás, elevar
impostos em um momento de grave recessão como o que estamos vivendo aprofundará
o problema fiscal, simplesmente porque ninguém, nem pessoas nem empresas, têm
atualmente condições de pagar mais tributos. Prova disso é que a arrecadação
está em queda a despeito dos inúmeros aumentos de alíquotas anunciados
recentemente”, diz a nota.
Gouvêa
Vieira disse ainda que como se não bastasse a ampla bateria de mais impostos, o
governo anunciou que vai abocanhar quase um terço do orçamento do Sistema S,
uma medida que ameaça inviabilizar o Senai, o Sesi e outras instituições
fundamentais à formação de trabalhadores qualificados e, portanto, ao
desenvolvimento do país.
“O
Sistema Firjan tem defendido de forma insistente um ajuste fiscal com visão de
longo prazo, baseado em metas anuais de redução de gastos correntes, programa
ousado de venda de ativos em lugar do aumento de impostos e a adoção de uma
regra segundo a qual as despesas não podem crescer mais do que o PIB”,
argumentou. O presidente do Sistema Firjan disse ainda que “só dessa forma o Brasil
poderá realmente aspirar sair da crise econômica e política de maneira
sustentada, e não com uma panaceia de medidas conjunturais. Lamentavelmente, o
país perde mais uma oportunidade de retomar o rumo do crescimento, e de
construir uma aliança de toda a sociedade brasileira”, afirma na nota.