SALÁRIO MÍNIMO SOBE PARA R$ 865,50

Aumento proposto pelo governo para 2016 eleva o rombo da Previdência para R$ 124 bilhões
Brasília - Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, entregaram ao presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), a proposta do governo para o Orçamento Geral da União para 2016.  O texto propõe que o valor do salário mínimo, que hoje é de R$ 788,00, passe para R$ 865,50 a partir de janeiro, sendo reajustado em 9,83%. Apesar do aumento, os indicadores projetados pelo governo para a economia são pessimistas.  Nas projeções da proposta de orçamento do governo, o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e riquezas produzidos pelo país, cairá 1,8% este ano e a inflação chegará a 9,25%. Para 2016, a previsão de crescimento do PIB é de apenas 0,2% e inflação de 5,4%, abaixo da meta de inflação de 4,5%, que só está prevista para ser alcançada em 2017.

Nesse cenário de retração da economia, a proposta orçamentária de 2016 prevê, pela primeira vez, que as receitas do governo não cobrirão as despesas e haverá um déficit de R$ 30,5 bilhões, equivalente a 0,5% do PIB.  O reajuste do salário mínimo, que serve de referência para mais de 46 milhões de trabalhadores e beneficiários do INSS — sendo 24 milhões de trabalhadores e 22 milhões de aposentados e pensionistas — aumentará o déficit da Previdência dos R$ 88,9 bilhões previstos neste ano para R$ 124,9 bilhões ano que vem. Segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o governo precisará de medidas para cobrir as despesas no curto prazo, que chamou de ponte de estabilidade fiscal, e que o objetivo final do governo é consolidar os ganhos que a sociedade teve nos últimos anos 


O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que levou a proposta ao Congresso com o ministro Levy, disse que a previsão de orçamento é “realista” e que é necessário trabalhar para estabilizar os gastos.  “Em paralelo ao orçamento realista, também há agenda de construir reforma de longo prazo da política fiscal, controlando o crescimento dos gastos com previdência, folha de pagamento, saúde e educação. É possível controlar o crescimento desses gastos e ainda atender às demandas da população brasileira”, afirmou.  Ao receber a proposta de orçamento, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), considerou que, apesar da previsão de déficit, o texto representa um “avanço” porque significa “menos ficção e mais realismo” por parte do governo.