Com a decretação da prisão temporária do publicitário João Santana
expedida, nesta segunda-feira, 22, na 23ª fase da Operação Lava Jato -
intitulada Acarajé -, sobe para sete o número de baianos investigados sob
acusação de terem recebido dinheiro de empreiteiras em contratos superfaturados
da Petrobras. No caso de Santana, a suspeita é de que o publicitário teria sido
pago pela Odebrecht, por serviços prestados ao PT, com propina oriunda de
contratos com a petrolífera. Os outros investigados pelo Ministério Público
Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) são o vice-governador da Bahia, João
Leão, o ex-ministro das Cidades e atual conselheiro do Tribunal de Contas
do Município (TCM) Mário Negromonte, e os deputados federais Mário Negromonte
Júnior e Roberto Britto - todos eles filiados ao PP.
Neste grupo também estão o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo
Odebrecht, preso em Curitiba desde junho do ano passado na Superintendência da
Polícia Federal, e o ex-deputado federal Luiz Argôlo (ex-PP e ex-SD). Argôlo
foi o único baiano, até agora, julgado e condenado a 11 anos de prisão pelos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele cumpre pena no Complexo
Médico-Penal (CMP), na Região de Curi
Sete mandados de busca. - Sete mandados de busca e apreensão da 23ª fase da Operação Lava
Jato, denominada pela PF de "Acarajé", foram executados em Salvador e
Camaçari, na região metropolitana. Foram apreendidos, entre outros, carros de
luxo e obras de arte. Além disso, uma pessoa foi presa. Trata-se da
administradora de empresas Maria Lúcia Tavares, que, segundo a PF, mantém
vínculo empregatício com a Odebrecht desde 2016. Ela seria a responsável por
criar uma planilha contendo registro de despesas de financiamento da
empreiteira de campanhas eleitorais referentes ao PT, de 2008 a 2012. A
planilha intitulada "Posição Programa Especial Italiano", datada de
31 de julho de 2012, traz um campo com nomes de pessoas ligadas à
Odebrecht.
Investigados da Bahia
Marcelo
Odebrecht. - O
ex-presidente da Odebrecht está preso desde junho de 2015. Ele é acusado de
desvios de R$ 300 milhões da Petrobras
Luiz
Argôlo (PP) - O
ex-deputado federal do PP foi condenado a 11 anos de prisão por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro
Mário
Negromonte. - O
ex-ministro e atual conselheiro do TCM teria recebido do doleiro Yousseff entre
R$ 250 mil e R$ 500 mil por mês
João Leão
(PP). - O
vice-governador é acusado de ser uma das lideranças do PP que teriam recebido
dinheiro de propina via Yousseff
Negromonte
Jr. (PP). - Em
dezembro, o ministro Teori Zavascki, do STF, incluiu o deputado federal
no rol de investigados na Lava Jato
Roberto
Britto (PP). - O
deputado federal é citado por Yousseff como um dos parlamentares do PP
que recebiam de R$ 1,2 mi a R$ 1,5 mi/ mês