Quem já
viajou durante a noite, deve ter reparado que a intensidade das luzes
da cabine sempre é reduzida no pouso e decolagem. Por que isso acontece? Trata-se
de um procedimento de segurança adotado pelas companhias aéreas. Em caso de uma
evacuação de emergência no escuro, os olhos já estariam ajustados para enxergar
melhor. A situação (pelo menos para os olhos) é a mesma de quando estamos em um
quarto cheio de móveis e apagamos a luz. É bem provável que em algum momento
haja um esbarrão em um móvel no caminho até a porta. Agora, se esperarmos
alguns segundos, nossa visão parece se ajustar à escuridão.
O
“ajuste” acontece graças a alguns mecanismos da visão. Nossos olhos “sentem” a
intensidade da luz usando dois tipos de células: bastão e cone de retina. A
primeira percebe imagens em preto e branco e funciona melhor com pouca luz. Já
as células cone percebem a cor na luz intensa. Dentro dos bastões existe a
rodopsina, uma substância usada para absorver fótons e perceber a luz. Quando
uma molécula de rodopsina absorve um fóton, ele se divide em outras duas
moléculas. Quando o ambiente fica escuro, essas duas moléculas voltam a se
juntar, mas isso leva alguns segundos. É por isso que nossa visão demora um
pouco para se acostumar.