Em entrevista a jornal, Rosane Malta antecipa detalhes do livro que
lançará nesta semana
Collor
ao lado de Rosane após deixar a Presidência da República em
A ex-mulher de Fernando Collor de
Melo, Rosane Malta (ex Rosane Collor) lançará, no próximo dia 4 em Maceió,
livro sobre o período que viveu a ascensão e a queda do político. Em entrevista
à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, ela revelou algumas
histórias que conta no livro - com grande potencial de se tornar mais um
escândalo envolvendo o ex-presidente e hoje senador pelo PTB de Alagoas.
O livro “Tudo o que Vi e Vivi”,
da editora Leya, tem 222 páginas. Dentre as temáticas, volta à cena as informações
sobre os rituais de magia negra frequentados pelo casal. Em uma das partes, ela
descreve o “trabalho” que teria sido encomendado a uma mãe de santo alagoana
para que o apresentador Silvio Santos não fosse concorrente de Collor na
disputa à Presidência nas eleições de 1989. Em dos trechos citados na
entrevista da ex-primeira-dama, o ritual é descrito da seguinte maneira:
“consistia em colocar uma espécie de amuleto, que chamam de azougue, dentro da
boca de sete defuntos recém-enterrados”.
Silvio Santos tentou ser
candidato à presidência em 1989 pelo PMB (Partido Municipalista Brasileiro).
Mas a alguns dias da eleição, foi constatado que seu registrou tinha
irregularidades e a candidatura foi impugnada pelo TSE (Tribunal Superior
Eleitoral). Collor e Rosane ficaram casados durante 22 anos, mas tiveram uma
separação conturbada. Por ter casado em regime de separação total de bens, ela
não teve direito ao patrimônio do ex-presidente. No livro, ela aborda a riqueza
do ex-marido após o impeachment e diz que ele possui automóveis esportivos das
marcas Ferrari e Maserati, além de um Porshe novo. Rosane ainda alfineta
afirmando que o lucro das empresas de Collor e o salário de Senador não seriam
capazes de alavancar o padrão de vida do político.
Impeachment. - No dia 2 de outubro de 1992, Collor foi afastado da presidência até
que o Senado concluísse o processo de impeachment. No primeiro capítulo do
livro, Rosane descreve a cena na qual ela e o ex-presidente descem de mãos
dadas a rampa do Palácio do Planalto deixando para trás o cargo para o qual foi
eleito apenas três anos antes. Segundo informações da coluna de Mônica
Bergamo, Rosane escreve “Levante a cabeça. Seja Forte” sobre o diálogo que teve
com o ex-presidente neste dia. Hoje, Rosane diz que virou evangélica
e se afastou completamente da magia negra. Ela diz que escapou da “maldição do
impeachment”.
Desde que o processo foi
concluído, pessoas morreram ou perderam a sua riqueza. Por exemplo, Pedro
Collor, irmão e autor das denúncias que deram início à investigação contra o
irmão Fernando Collor, teve câncer no cérebro e morreu no dia 19 de dezembro de
1994. A mãe dos dois, Leda Collor, teve uma parada cardíaca chegou a ficar mais
de dois anos em coma e morreu em 25 de fevereiro de 1995. O tesoureiro da campanha
do ex-presidente nas eleições de 1989 e grande pivô da CPI que culminou com o
impeachment, Paulo Cesar Farias, o PC, também morreu assassinado ao lado da
namorada em um episódio cercado até hoje de muitas dúvidas.
Sem
filhos. - Após a morte da Mãe, Collor e
Rosane foram morar em Miami. Tempos depois ao vender a mansão nos Estados
Unidos, ele não deu metade do dinheiro a ex-mulher, quebrando, segundo ela, um
acordo entre os dois. Os dois nunca tiveram filhos. Rosane conta que chegou a
fazer tratamento com Roger Abdelmassih, especialista em reprodução assistida e
que hoje está preso condenado por crimes sexuais contra pacientes. Ela conta
que entrou em depressão após sofrer um aborto de uma gravidez de gêmeos. Rosane
Malta foi a segunda esposa de Fernando Collor. Antes, ele havia casado com a
socialite Lilibeth Monteiro de Carvalho, herdeira do Grupo Monteiro Aranha, e
teve dois filhos. Em 2006, o ex-presidente voltou a casar novamente com a
arquiteta Caroline Medeiros e tem duas filhas gêmeas com ela.