Neste artigo, a farmacêutica Luciane
Lago explica o que é interação medicamentosa e quando isso representa um risco
para a saúde.
Misturar medicamentos pode gerar um problema que recebe o
nome de interação medicamentosa, ou seja, ocorre a competição entre os medicamentos
de forma a um impedir a ação do outro. Isso pode causar o atraso na melhora ou
piora do quadro clínico. O Sistema Nacional de Informações Tóxico
Farmacológicas registrou, somente em 2011, cerca de 30 mil casos de intoxicação
por uso de medicamentos. Embora não seja possível afirmar quais deles ocorreram
por interação medicamentosa, em três circunstâncias específicas a possibilidade
é muito extensa: pelo uso terapêutico errado, pela prescrição médica incorreta
e por automedicação.
Caso seu médico tenha
prescrito mais de um medicamento para você, certifique-se com ele os horários
que podem ser tomados. Caso isso não seja possível, procure uma farmácia e fale
com o farmacêutico. Somente esses dois profissionais podem te ajudar em relação
ao uso do seu medicamento. Há situações em que os medicamentos precisam um do
outro para agir, mas isso só o seu médico ou seu farmacêutico podem lhe
orientar com segurança. Pessoas com pressão alta e diabetes sabem muito bem do
que eu estou falando, pois usam mais de um medicamento para se tratar.
Contudo, cada um tem
seu horário e as possíveis associações estão na prescrição médica. Seja pelo
tamanho ou pela linguagem, ninguém nega: ler a bula é uma tarefa difícil, mas é
ela que contém todas as informações úteis a respeito do medicamento a ser
administrado, inclusive se ele pode, ou não, ser consumido junto a outros
remédios, com água ou outros líquidos, em jejum ou alimentado etc. Como
trabalho num hospital especializado em oftalmologia, não poderia deixar de
falar dos colírios. Caso sejam prescritos dois colírios para serem utilizados
no mesmo horário, é importante deixar um intervalo de 10 minutos entre um e
outro. Nunca use os dois ao mesmo tempo!