Em
assembleias realizadas nos três turnos, na segunda-feira (1º), os trabalhadores
aprovaram em unanimidade o acordo de lay-off no Complexo Ford. A suspensão do
contrato de trabalho foi a alternativa encontrada para evitar demissão em massa
na montadora com a suspensão do terceiro turno a partir de março. O
Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari/CTB buscou uma solução nas negociações
para garantir o emprego, já que a intenção da Ford era demitir quase 2 mil
pessoas com o encerramento do terceiro turno. O lay-off
é uma medida adotada em casos de crise econômica, que suspende o contrato de
trabalho e garante o pagamento da maior parte do salário do funcionário através
do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Além disso, o trabalhador em lay-off
tem direito ainda a PLR proporcional, abono quem tenha trabalhado (120 dias de
01 de julho 2015 até 13 de março de 2016) e plano de saúde. Inicialmente, o
lay-off dura cinco meses, podendo ser renovado pelo mesmo período. Neste tempo,
o trabalhador precisa passar por cursos de capacitação profissional, oferecidos
pelo SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Desde o
ano passado, o agravamento da crise tem provocado demissão em massa no setor
automotivo, principalmente nas montadoras instaladas em São Paulo. Em Camaçari,
o esforço e determinação do Sindicato e dos trabalhadores têm garantido o
emprego no Complexo Ford. Nos casos envolvendo Voith e DHL, por exemplo, a
maior parte dos trabalhadores foi absorvida pela Ford, após intensa luta do
Sindicato.
Este ano, os desafios aumentaram
ainda mais, sendo preciso o compromisso de todos na luta pelo emprego.
“Temos que manter a mobilização na ordem do dia. As empresas não podem jogar a
crise econômica que o Brasil atravessa nas costas do trabalhador. Nas negociações,
defendemos medidas que preservem os empregos”, diz Júlio Bonfim,
presidente do Sindicato.